Bem sabes que, neste mundo, todos tem fome:
fome de pão, fome de luz,
fome de paz, fome de amor.
Que me dizes, por exemplo, da fome de amor?
Que me dizes daquele que deseja que o queiram,
e passa pela vida, sem que minguém lhe
conceda uma migalha de carinho?
E o faminto de luz? Imagina a fome
de um pobre Espírito que anseia por conhecimentos
e se choca sempre contra o granito
que serve de pedestal à esfinge?
E a fome de paz que atormenta o peregrino inquieto,
forçado a sangrar os pés e o coração por ínvios caminhos?
Todos os homens têm fome, e todos nós estamos,
por isso, em condições de exercer a caridade.
Aprende, pois, a conhecer a fome do que te procura,
tomando sempre em consideração esta advertência:
com exceção da fome do pão, todas as demais se escpndem.
Quanto mais angustiosas, mais ocultas.
"Amado Nervo"
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